domingo, 29 de novembro de 2009

Tente escrever. Assim, à moda antiga. Pegue um papel, um lápis e.. escreva.
Comece escrevendo sobre o seu dia, depois sobre a semana e, só então, tente sobre o mês. Ninguém irá se surpreender mais do que você mesmo. Os pensamentos, quando passados para um papel, se concretizam, assustam. É como se aqueles defeitos que você aponta nos outros - acredite só! - te pertencessem.
Estão tão escondidos, mas são tão pertecentes a ti, que assustam. Assustam a primeira vista. Assustam a segunda vista. E assim assustará quantas vezes mais se defrontar com eles. Se diferente fosse, por que estariam negligenciados?
Não. Não assustarão mais. A escrita é uma espécie de auto-ajuda fora do comum. Talvez por não ser uma ajuda de livros para pessoas desconhecidas, ser uma auto-ajuda que começa a partir de você mesmo. (ah, talvez por isso o nome “auto”)
Tente escrever. Assim, à moda antiga, e transformar esse texto de “auto-ajuda” em um ato de auto-ajuda.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Dicionário Quarto

Estuprar
v.tr
1.Violar, desflorar.

Invasão
s.f
1.Ato ou efeito de invadir.

Amor (ô)
(latim amor, -oris)
1.Ato sexual.
2.Paixão atrativa entre duas pessoas.

Amores
s.m.pl
1.Namoro.

Sexo (cs)
(latim, sexus)
1.Violar, desflorar.
2.Ato ou efeito de invadir.
3.Ato sexual
4.Paixão atrativa entre duas pessoas.
5.Namoro

sábado, 21 de novembro de 2009

Antes eu pensava que queria viver muito. Agora não penso mais na longevidade.
Eu quero viver bem e, quando digo bem, refiro-me à felicidade.
Quero viver feliz e, quando digo feliz, refiro-me a viver da maneira que eu quiser.
A maneira que eu quero pede música, pede chocolate, pede cerveja. Muita cerveja.
Minha felicidade pede amigos, pede amores. Muitos amores e muitos amigos.
Pede filmes, pede festas, pede conversas.
Minha alegria imprescinde da noite, dos bares, das paixões. Muitas paixões.
Minha felicidade prescinde desse calor carioca exagerado, prescinde da visão da miséria.
Minha alegria é inconcebível sem as crianças, sem o carnaval, sem o sol amanhecendo beem de mansinho.
Minha felicidade consegue ser bem pretenciosa e, por vezes, simples; sobrevivendo apenas da minha própria alegria.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Um dia desses uma pessoa que conheço há uns quatro anos disse que não sabia nada de mim, que sou muito misteriosa. Olhe para mim. Olhou? Viu mistério? Os mistérios estão nos filmes, nos livros... Tudo o que tenho são segredos ou partes escondidas que nem eu achei ainda. Ó, quanta pretensão querer saber dos meus segredos!
Queres saber alguns dos meus segredinhos?
Odeio odiar, calor demais, histeria, falta de educação, falsidade (as desnecessárias, apenas), sentir fome, cólica.
Adoro adorar, caminhar sozinha, abraçar, cumprimentar, brigadeiro, dormir, dançar, cantar, piscina, filmes, cachorros, crianças, pessoas, minha própria companhia.
Amo amar, um bar com bons amigos, admirar o ocaso de um quiosque à beira mar, ler, escrever, música, família, corpos, mpb, me declarar, me refazer, me desfazer, agir, que ajam, sedução, impulso, inteligência, drama, ambiguidades, multi possibilidades, iludir, me trair, organizar minhas próprias coisas, desorganizar as alheias

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Estranho como me permito sentir coisas que o consenso recrimina: não gosto de quem deveria gostar, não “curto” o que deveria curtir. Por um tempo (um bom tempo), isso fez-me sentir uma estranha, fora do ninho, até lembrar da famosa frase da Clarice Lispector: “O que obviamente não presta, sempre me interessou muito.” Pessoas que prestam, eu não gosto de vocês! As pessoas verdadeiras são um oceano de falsidade. Se eu mesma não estivesse escrevendo isso, veria pessimismo em cada palavra. Mas não, minha fala é otimista. Afinal, quem não deseja o mínimo de mal a outro ser? Quem não erra? Quem não se deixa “cair em tentação”? Ó, quanta pretensão depositar sua confiança em alguém esperando jamais se decepcionar.
Sim, me sinto bem quando alguém não corresponde completamente às minhas expectativas, respondendo, assim, à todas elas. Quando meu amor (qualquer espécie de amor) me engana, mente, trai; está sendo completamente sincero, e assim, o amarei cada vez mais. Se quer romper qualquer relação comigo, seja aquilo que os outros chamam de “perfeito”, e eu lhe pouparei do trabalho do rompimento.

sábado, 12 de setembro de 2009

Sils-maria, Alta Engadina, julho de 1887.

1. Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos - e não sem motivo. Nunca nos procuramos: como poderia acontecer que um dia nos encontrásssemos? Com razão alguém disse: "onde estiver teu tesouro, estará também teu coração". Nosso tesouro está onde estão as colmeias do nosso conhecimento. Estamos sempre a caminho delas, sendo por natureza criaturas aladas e coletoras do mel do espírito, tendo no coração apenas um propósito - levar algo "pra casa". Quanto ao mais da vida, as chamadas "vivências", qual de nós pode levá-las a sério? Ou ter tempo para elas? Nas experiências presentes, receio, estamos sempre "ausentes": nelas não temos nosso coração - para elas não temos ouvidos. Antes, como alguém divinamente disperso e imerso em si, a quem os sinos acabam de estrondear no ouvido as doze batidas do meio-dia, e súbito acorda e se pergunta "o que foi que soou?", também nós por vezes abrimos depois os ouvidos e perguntamos, surpresos e perplexos inteiramente "o que foi que vivemos?", e também "quem somos realmente?", e em seguida contamos, depois, como disse, as doze vibrantes batidas da nossa vivência, da nossa vida, nosso ser - ah! e contamos errado... Pois continuamos necessariamente estranhos a nós mesmo, não nos compreendemos, temos que nos mal-entender, a nós se aplicará para sempre a frase: "Cada qual é o mais distante de si mesmo" - para nós mesmos somos "homens do desconhecimento"...


Friedrich Nietzsche

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

E pesquisando utilidades maiores da internet do que orkut, facebook e twitter, "descobri" um canal da Yale que tem um curso gratis sobre economia, física e, entre outras coisas, psicologia.
Eu, particularmente, achei esse daqui o mais interessante e resolvi postar pra quem gostar do assunto (e tiver paciência de esperar carregar). Afinal, em meio à scraps, fotos e inutilidades, imagino que não custe nada dispensar uma horinha para outras coisas, não?

domingo, 9 de agosto de 2009

Dicionário Terceiro

Força- Solidez, rijeza, fortaleza. Energia, viveza. Motivo, causa. Potência, causa motriz. Resistência, poder, impulso. Motivação. O grosso ou parte principal de alguma coisa.

Pasmo- Objeto que causa pasmo. Grande admiração. Contemplação.

Pai legítimo- Solidez, rijeza, fortaleza. Energia, viveza. Motivo, causa. Potência, causa motriz. Resistência, poder, impulso. Motivação. O grosso ou parte principal de alguma coisa. Objeto que causa pasmo. Grande admiração. Contemplação.

Pai natural- Solidez, rijeza, fortaleza. Energia, viveza. Motivo, causa. Potência, causa motriz. Resistência, poder, impulso. Motivação. O grosso ou parte principal de alguma coisa. Objeto que causa pasmo. Grande admiração. Contemplação.

Pai putativo- Solidez, rijeza, fortaleza. Energia, viveza. Motivo, causa. Potência, causa motriz. Resistência, poder, impulso. Motivação. O grosso ou parte principal de alguma coisa. Objeto que causa pasmo. Grande admiração. Contemplação.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Andar sobre núvens sabendo que elas jamais se precipitarão
Sentir cheiro de baunilha a todo instante
Ouvir versos de Chico misturados à melodias de Tchaicovsky
sobrepondo-se ao barulho do cotidiano.
Não ter cotidiano.
Acordar vendo o arrebol, apesar do dia chuvoso
Sorrir de alegria, apesar das lágrimas
Chorar de felicidade, apesar das tristezas
Não ter tristeza.
Furtar as pedras no caminho,
transformá-las em bolas de gude
Não ter pedras no caminho.
Quando cair, sentir o macio do algodão a amparar suavemente
com a firmeza de aço
Assim é o mundo perfeito ou,
como dizem mesmo?
Ah, amizade

domingo, 19 de julho de 2009

Não estou apaixonada por ninguém; aquilo que outrora me alimentara, já não mais existe. Não vejo as horas passarem arrastadas quando sei que não encontrarei o “objeto” de paixão, nem correrem quando sei que o encontrarei. Não mais ouço músicas misturadas às vozes. Meu olhar não mais se perde quando estou em um pensamento certo. Não choro por paixão, não sorrio de paixão.
Se me perguntares se ainda amo, responderei resmungando o quão tolo és.
Não estou apaixonada por ninguém; aquilo que outrora me alimentara, agora se chama amor. Não vejo as horas. Minha vida se tornou a música e, a música, vozes. Meu olhar tem destino certo quando meus pensamentos estão perdidos. Só choro por amor e sorrio de amor.
Estou viva e, enquanto viver, viverei ao amor.

E ainda há aqueles que não acreditam em destino ou força superior ao que conhecemos.

E quando falo superior, não me refiro a Deuses.Me refiro à pura e simplesmente força. Aquela que te impulsiona a acordar cantando numa segunda-feira, que te faz sentir uma alegria enorme ao olhar o mar, aquela que te faz sentir um amor imenso.Um amor que não se sabe explicar.

Tens aquela pessoa por quem sente um amor incomensurável? Aquela que não sabe dizer ao certo de onde o amor por ela surgiu? E quando falo de amor, não me refiro àquele que pede contato físico, carinho, recompensa. Me refiro àquele que pela pura sapiência da existência e alegria do objeto amado, é capaz de te transformar e te fazer cantar naquela (linda) manhã de segunda-feira como se fosse um sábado a noite.

Se o tens, parabéns. Você é um homem. Um homem vivo.

Notei que, com exceção de um texto, tudo o que tenho postado até então está relacionado ao amor e suas (diversas) variantes. Não consigo escrever sobre outro assunto que não o amor. Será doença? Alienação?
Afinal, aqueles temas de redação de colégio sobre aquecimento global, a fome no mundo etc não me interessam o suficiente para me tirar (ou investir?) horas organizando minhas ideias sobre, e tentando passá-las para o papel.
O “A tarde é sua” não me instiga o suficiente para me tirar (ou fazer desperdiçar?) o tempo que uso para escrever (e apagar). O tour do Mcfly não me parece profícuo o suficiente para me tirar (ou fazer desperdiçar?) o tempo que uso para escrever (e apagar). A programação da HBO não me anima o suficiente para me tirar (ou fazer desperdiçar?) o tempo que uso para escrever (e apagar).
Amar me fascina o suficiente para me tirar (ou investir?) meu tempo escrevendo, escrevendo (e apag

Faça um exercício: pegue um papel e um lápis. Escreva. Publique.

Faça um exercício: se dispa. Saia às ruas.

Notou diferença?

Dicionário Segundo

Felicidade- Concurso de circunstâncias que causam ventura. Estado da pessoa feliz. Bom exito. Sorte. Perturbação ou movimento desordenado do ânimo. Arrebatamento, cólera. Benevolência, carinho, simpatia. Regozijo. Estado de perfeita satisfação íntima. Contentamento, grande alegria, euforia. Júbilo, motivo de gáudio.

Paixão-Concurso de circunstâncias que causam ventura. Estado da pessoa feliz. Bom exito. Sorte. Perturbação ou movimento desordenado do ânimo. Arrebatamento, cólera. Benevolência, carinho, simpatia. Regozijo. Estado de perfeita satisfação íntima. Contentamento, grande alegria, euforia. Júbilo, motivo de gáudio.

-Você é o que? Bi?
-Sou.
-Aahn.. Mas gosta mais de homem ou de mulher?
-De pessoas, e você?
-Eu também.
(silêncio)
-Sabe, é claro que o corpo da pessoa influencia, mas esse consegue ser totalmente moldado pela personalidade dela. Não acha?
-Também acho! Se a pessoa é bonita, mas fútil, já não gosto mais dela..
-E comigo acontece o inverso também: se a pessoa é feia, mas se mostra legal, ela passa a ser linda.
-É.
(silencio)
-Te amo.

Dicionário Primeiro

Família- Troca de afeto entre duas ou mais pessoas. Defesa incondicional. Admiração incondicional. Pessoas (…) que vivem ou não em comum. Aliado, concorde, favorável. Caro, complacente, dileto. Querer bem ao outro. Colega, companheiro, amásio, protetor. Afeição, grande amizade, ligação espiritual. Impele as pessoas para o que lhes afigura belo, digno ou grandioso. Objeto de afeição.

Amigo- Troca de afeto entre duas ou mais pessoas. Defesa incondicional. Admiração incondicional. Pessoas (…) que vivem ou não em comum. Aliado, concorde, favorável. Caro, complacente, dileto. Querer bem ao outro. Colega, companheiro, amásio, protetor. Afeição, grande amizade, ligação espiritual. Impele as pessoas para o que lhes afigura belo, digno ou grandioso. Objeto de afeição.

Amor-Troca de afeto entre duas ou mais pessoas. Defesa incondicional. Admiração incondicional. Pessoas (…) que vivem ou não em comum. Aliado, concorde, favorável. Caro, complacente, dileto. Querer bem ao outro. Colega, companheiro, amásio, protetor. Afeição, grande amizade, ligação espiritual. Impele as pessoas para o que lhes afigura belo, digno ou grandioso. Objeto de afeição.

Trajetória - Maria Rita

Não perca tempo assim contando história
Pra que forçar tanto a memória
Pra dizer
Que a triste hora do fim se faz notória
E continuar a trajetória
É retroceder

Não há no mundo lei
que possa condenar
alguém que a um outro alguém deixou de amar…
Eu já me preparei
Parei para pensar
E vi que é bem melhor não perguntar
Por que é que tem que ser assim
Ninguém jamais pode mudar
Recebe menos quem mais tem pra dar

E agora queira dar licença que eu já vou
Deixa assim
Por favor..
Não ligue se acaso meu pranto rolar
Tudo bem
Me dejese só felicidade
Vamos manter a amizade

Mas, não me queira só por pena
Nem me crie mais problemas…

(F.D.)

Filipi Dahrlan diz (23:16):
*pq a gente só se envolve com a pessoa errada?
A Carla diz (23:16):
*porque ela que nos ajuda a escrever

-Encosta aí e não fala nada! Quietas senão estouro seus miolos!
-Vai, passa o celular!
(desespero)
-Anda, vai me passando as coisas aí!
-Mas eu acabei de dar meu celular pra ele..
Lá se vai mais um celular.
-Vamos pegar um onibus ali na frente.. O que importa é que estamos bem.
-Ok, sem celulares, mas bem. Vamos pegar o onibus.
-Tem uns caras vindo ali de novo!
(raiva)
Pára o taxi.
-Acabamos de ser assaltadas e tem uns caras vindo ali de novo! Pode nos levar até a Lapa, por favor?
-Claro, entra aí!
(esperança)
-Afinal, o que se passa na cabeça desses pretos pobres pra se acharem no direito de falar assim comigo, se acharem no direito de levarem uma coisa que é minha? Todos (TODOS) deveriam sumir do mapa. Não fariam falta.

-Vamos ali na pracinha conversar um pouco.
Uma mendiga chega com uma criança.
-Ai, esses pobres deveriam sumir.
(analogia)
(generalização)
Eles se aproximam.
Entram no matinho que tem na pracinha.
Se ajeitam.
Leves e finas gotas começam a cair, junto aquele arzinho gelado.
-Tá frio aqui. Quero a minha cama, vamos pra casa…
Eles deitam. Dormem.
(vergonha)
(desesperança)
(…)