domingo, 19 de julho de 2009

-Encosta aí e não fala nada! Quietas senão estouro seus miolos!
-Vai, passa o celular!
(desespero)
-Anda, vai me passando as coisas aí!
-Mas eu acabei de dar meu celular pra ele..
Lá se vai mais um celular.
-Vamos pegar um onibus ali na frente.. O que importa é que estamos bem.
-Ok, sem celulares, mas bem. Vamos pegar o onibus.
-Tem uns caras vindo ali de novo!
(raiva)
Pára o taxi.
-Acabamos de ser assaltadas e tem uns caras vindo ali de novo! Pode nos levar até a Lapa, por favor?
-Claro, entra aí!
(esperança)
-Afinal, o que se passa na cabeça desses pretos pobres pra se acharem no direito de falar assim comigo, se acharem no direito de levarem uma coisa que é minha? Todos (TODOS) deveriam sumir do mapa. Não fariam falta.

-Vamos ali na pracinha conversar um pouco.
Uma mendiga chega com uma criança.
-Ai, esses pobres deveriam sumir.
(analogia)
(generalização)
Eles se aproximam.
Entram no matinho que tem na pracinha.
Se ajeitam.
Leves e finas gotas começam a cair, junto aquele arzinho gelado.
-Tá frio aqui. Quero a minha cama, vamos pra casa…
Eles deitam. Dormem.
(vergonha)
(desesperança)
(…)

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