quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Estranho como me permito sentir coisas que o consenso recrimina: não gosto de quem deveria gostar, não “curto” o que deveria curtir. Por um tempo (um bom tempo), isso fez-me sentir uma estranha, fora do ninho, até lembrar da famosa frase da Clarice Lispector: “O que obviamente não presta, sempre me interessou muito.” Pessoas que prestam, eu não gosto de vocês! As pessoas verdadeiras são um oceano de falsidade. Se eu mesma não estivesse escrevendo isso, veria pessimismo em cada palavra. Mas não, minha fala é otimista. Afinal, quem não deseja o mínimo de mal a outro ser? Quem não erra? Quem não se deixa “cair em tentação”? Ó, quanta pretensão depositar sua confiança em alguém esperando jamais se decepcionar.
Sim, me sinto bem quando alguém não corresponde completamente às minhas expectativas, respondendo, assim, à todas elas. Quando meu amor (qualquer espécie de amor) me engana, mente, trai; está sendo completamente sincero, e assim, o amarei cada vez mais. Se quer romper qualquer relação comigo, seja aquilo que os outros chamam de “perfeito”, e eu lhe pouparei do trabalho do rompimento.

Um comentário:

  1. Cara, acho que essa é a maior verdade de todas! Os erros só nos deviam fazer mais gostar das coisas que gostamos.. Embora isso aconteça com quase ninguém.

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